terça-feira, 12 de agosto de 2008


Sugestões para atravessar agosto
Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro - e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições.
Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 16 de julho de 2008


Á, me senti anestesiada! Pela primeira vez, depois de tanto desejar intensamente isso!
A música tocou e todas aquelas sensações malucas e inexplicáveis que traziam aquele amontoado de lembranças e fantasias não apareceram! Eu simplesmente fiquei assim, parada, sem-pen-sar-em-na-da.
Mente vazia, oca.
Grande começo, grande começo.



Isso é bom ou ruim?

sábado, 5 de julho de 2008



Eu vou criar aquele método do esquecimento do "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças".



Pode crer!

sexta-feira, 4 de julho de 2008


-Você tem um cigarro?
-Estou tentando parar de fumar.
-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
-Você tem uma coisa nas mãos agora.
-Eu?
-Eu.


Caio Fernando Abreu.

quinta-feira, 3 de julho de 2008


Minha mão coça, pede que eu escreva. Mas não sái na-da.
Acho que é bem o meu estado ultimamente: sem conteúdo. Não falo pelo 'dom' de escrever, porque eu nunca tive. Mas pelo prazer de 'soltar'.
Chego a conclusão que não quero soltar nada, não desejo largar nada disso ou deixar ir embora. Sei de todas as razões, mas prefiro ficar assim paralisada, fisicamente e mentalmente, só pra não admitir o fim, o ponto final que eu insisto em acrescentar mas dois pontinhos.
E quando desparaliso torno a pensar: o dia de amanha é uma grande incógnita. Como se amenizasse a incerteza que chega a ser maior que essa. Justifico, procuro razões, explicações, tudo pelo desejo de não largar, de deixar aqui comigo, preso, reservado, trancado, enclausurado, amordaçado algo que nem está ao alcance das minhas mãos.


Agora você vê aquele sorrisinho de desaprovação pintado bem aqui.

sábado, 14 de junho de 2008


"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo."
Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 11 de junho de 2008


É só mais um dia como um outro qualquer, idiota.